Répteis: Características Gerais e Exercícios
- Terceiro Cientista
- 3 de nov. de 2020
- 8 min de leitura
Introdução: O nome do grupo se originou devido ao fato deles rastejarem. Do latim reptare, ‘rastejar’. O grupo apresenta cerca de sete mil espécies conhecidas. Eles surgiram há cerca de 300 milhões de anos, tendo provavelmente evoluído de certos anfíbios. Foram os primeiros vertebrados efetivamente adaptados à vida em lugares secos, embora alguns animais deste grupo, como as tartarugas, sejam aquáticos. A maioria das espécies e dos grupos é carnívora ainda que haja exceções acerca disso.
Características:
- A pele dos répteis:
Os répteis têm o corpo recoberto por uma pele seca e praticamente impermeável. As células mais superficiais da epiderme são ricas em queratina, o que protege o animal contra a desidratação e representa uma adaptação à vida em ambientes terrestres. A pele pode apresentar escamas (cobras), placas (jacarés, crocodilos) ou carapaças (tartarugas, jabutis).
- A temperatura dos répteis:
Os répteis, assim como os peixes e os anfíbios, são animais pecilotérmicos: a temperatura do corpo varia de acordo com a temperatura do ambiente. Assim, eles necessitam do calor do ambiente para regulação da temperatura corporal. Essa condição limita sua localização dos seus habitats aos trópicos e subtropicos do planeta, onde as temperaturas favorecem o seu metabolismo. Por isso, não encontramos répteis na Antártica.
- Respiração e circulação de sangue:
A respiração dos répteis é pulmonar; seus pulmões são mais desenvolvidos que os dos anfíbios, apresentando dobras internas que aumentam a sua capacidade respiratória. Os pulmões fornecem aos répteis uma quantidade suficiente de gás oxigênio, o que torna "dispensável" a respiração por meio da pele, observada nos anfíbios. Aliás, com a grande quantidade de queratina que apresenta, a pele torna-se praticamente impermeável, o que impossibilita a aquisição de gás oxigênio.
O coração da maioria dos répteis apresenta dois átrios e dois ventrículos parcialmente divididos. Nos ventrículos ocorrem mistura de sangue oxigenado com sangue não oxigenado. Nos répteis crocodilianos (crocodilo, jacarés), os dois ventrículos estão completamente separados, mas o sangue oxigenado e o sangue não oxigenado continuam se misturando, agora fora do coração.
- Sistema Digestório e a alimentação:
Como já dito anteriormente, a maioria das espécies é carnívora embora haja exceções como alguns da Ordem Quelônia e esquamata (iguanas das Galápagos) que possuem alimentação herbívora. Alguns répteis, como o jacaré e a matamatá, são animais predadores e ocupam o topo da cadeia alimentar. O sistema digestório é completo. Eles apresentam boca, faringe, esôfago, estômago, intestino e cloaca. Além disso, possuem fígado e pâncreas.
- O sistema sensorial:
Os répteis possuem órgãos dos sentidos que lhes permitem, por exemplo, sentir o gosto e o cheiro das coisas. Os olhos possuem pálpebras e membrana nictitante, que auxiliam na proteção dessas estruturas. Eles têm glândulas lacrimais, fundamentais para manter a superfície dos olhos úmida fora da água. Quando estão em terra, são hidratados por glândulas lacrimais, dai a expressão “lágrimas de crocodilo”, uma vez que aqueles animais “choram” com frequência.
Destacamos aqui uma estrutura existente entre os olhos e as narinas de cobras, chamada fosseta loreal Ela possibilita que a cobra perceba a presença de outros animais vivos por meio do calor emitido pelo corpo deles·.
Embora os répteis não tenham orelha externa, alguns deles apresentam conduto auditivo externo e curo que fica abaixo de uma dobra da pele, de cada lado da cabeça. Na extremidade de cada conduto auditivo situa-se o tímpano, que se comunica com a orelha média e a interna. Vários experimentos comprovam que a maioria dos répteis é capaz de ouvir diversos sons.
Grupos:
Como dito anteriormente, existem sete mil espécies distribuídas nas seguintes ordens:
Ordem Crocodilia
Os crocodilianos representam a maior parte dos répteis que existem atualmente.
As principais características dos crocodilianos são:
Corpo revestido por placas córneas.
Presença de quatro patas curtas e uma cauda.
Dentes grandes e afiados.
Coração com quatro cavidades completamente separadas.
Ordem Rhynchocephalia
A ordem Rhynchocephalia é o grupo de réptil mais primitivo. Por isso, as tuataras são os únicos representantes vivos da ordem. Elas são encontradas na Nova Zelândia e podem habitar ambientes frios. São animais carnívoros, os seus dentes estão fundidos ao maxilar. Os indivíduos de tuataras podem chegar até aos 100 anos de idade.
Ordem Squamata
Também conhecidos como escamados, pois possuem corpo recoberto por escamas. Eles são representados pelas cobras e lagartos.
As principais características da ordem Squamata são:
Divididos em Lacertílios (lagartos) e Ofídios (cobras).
Os lagartos apresentam quatro patas e as cobras são ápodes, ou seja, sem membros.
Algumas espécies de serpente são animais peçonhentos.
Ordem Testudinata
Também chamados de quelônios, são representados pelas tartarugas, cágados e jabutis. As tartarugas vivem em ambiente de água doce e salgada. Os cágados são encontrados em água doce e os jabutis em terra firme.
As principais características dos quelônios são:
Presença de armadura óssea (casco ou carapaça), a qual confere proteção ao corpo contra choques mecânicos e ataques de predadores.
Ausência de dentes e presença de um bico com lâminas córneas, permitindo capturar e cortar os alimentos.
Reprodução:
A maior parte dos répteis são ovíparos. Apenas algumas cobras e lagartos são ovovivíparos. Apresentam fecundação interna, onde o macho introduz os espermatozoides no interior do corpo da fêmea. O desenvolvimento do embrião ocorre dentro dos ovos, os quais são revestidos por cascas córneas ou calcárias. Essa característica protege o embrião da dessecação, importante para a conquista do ambiente terrestre. O ovo apresenta os seguintes anexos embrionários: âmnio, cório, saco vitelino e alantoide.
Casca do ovo: proteção contra impacto e contra desidratação, fonte de cálcio para o embrião.
Membrana da casca: proteção contra desidratação (evita a perda de água).
Cório ou Córion: proteção para o saco vitelínico e para o embrião. As vilosidades coriônicas invadem o endométrio e permitem a transferência de nutrientes do sangue materno para o feto. Além disso, o córion une-se com o alantoide (nas aves e nos répteis) para formar o alantocórion com função respiratória (promove trocas gasosas do feto com o meio). Nos répteis e nas aves o córion se localiza logo abaixo da casca (trocas gasosas) e nos mamíferos faz parte da placenta e também esta envolvido com a remoção e acúmulo de resíduos do metabolismo.
Câmara de ar: reserva de ar para o embrião.
Saco vitelínico ou Vitelo: reserva alimentar (constituído por lipoproteínas, vitaminas, colesterol).
Alantóide: depósito de resíduos do metabolismo das proteínas (excretas); responsável pelas trocas gasosas do embrião com o meio e mobiliza o cálcio da casca para o desenvolvimento dos ossos do embrião.
Âmnio: proteção contra traumas (choques mecânicos) e evita o ressecamento (desidratação) do embrião.
Quando os filhotes nascem assemelham-se aos adultos uma vez que o desenvolvimento é direto.
Exercícios répteis blog
1. O alantoide é muito importante nos répteis e nas aves. Faça um esquema de um ovo reptiliano. localize os anexos embrionários, de a função de cada um e explique porque o alantóide é muito importante para os repteis e aves e pouco desenvolvido e pouco importante nos mamíferos.
Casca do ovo: Protege contra a desidratação e contra o impacto, além de ser fonte de cálcio para o embrião.
Membrana embrionária: Evita/previne a desidratação.
Cório ou Córion: também chamado de serosa, é uma membrana formada a partir do mesoderma e ectoderma que recobre todo o embrião e os outros anexos embrionários. Em répteis e aves, ela está localizada logo abaixo da casca do ovo e atua, junto ao alantoide, nas trocas gasosas, além de proteger o embrião. Nos mamíferos, essa estrutura origina a placenta.
Saco vitelínico ou Vitelo: reserva alimentar (constituído por lipoproteínas, vitaminas, colesterol).
Alantóide: está presente em répteis, aves e mamíferos, sendo formado a partir do mesoderma e endoderma. É uma membrana que está relacionada com as trocas gasosas. Em répteis e aves, ele armazena o produto da excreção do embrião, retira parte do cálcio da casca e transfere-o para o esqueleto do animal em formação. Em mamíferos, apresenta-se pouco desenvolvido, uma vez que a placenta é responsável por desempenhar o papel dessa estrutura.
Âmnio: é uma membrana formada a partir do ectoderma e mesoderma que envolve o embrião de répteis, aves e mamíferos. Ele delimita a chamada cavidade amniótica, a qual apresenta em seu interior o líquido amniótico. Este possui como principais funções proteger o embrião contra choques mecânicos e evitar a sua desidratação. Os animais que possuem essa estrutura são chamados de amniotas, e os que não possuem, de anamniotas. Nos mamíferos, a estrutura é conhecida popularmente como bolsa d'água.
2. Atividade de laboratório: pegue um ovo de galinha (ave). Quebre-o com cuidado. Coloque a parte líquida (clara e gema) em um frasco (bequer). Observe, faça um esquema e descreva o que você vê. Casca: observe e descreva. Com uma lupa observe a superfície da casca, descreva o que você observou, gema desenhe, e dê sua composição química. Cozinhe um ovo de galinha e corte ao meio. Explique detalhadamente as mudanças que ocorreram e apresente uma explicação para esse fenômeno. Pesquise na internet e copie a estrutura dos aminoácidos constituintes da clara.
(Observação: os alunos não possuíam um béquer em casa e por essa razão utilizaram um recipiente metálico de sobremesas).
Ao quebrar o ovo, os alunos puderam rapidamente identificar a clara e a gema do ovo. Para aqueles que não sabem, a clara é a parte mais transparente e menos densa e a gema é a parte amarelada e mais densa dentro do ovo. A gema do ovo nada mais nada menos é do que o vitelo sendo este uma reserva de nutrientes para alimentar o embrião enquanto o novo ser não consegue se desenvolver sozinho. A clara de ovo é uma fonte de proteína, a albumina, que contém aminoácidos muito importantes para o corpo. A outra parte que também podemos observar é a casca do ovo. Ela é rígida e protetora, sendo rica em cálcio.
Composição do ovo
A casca representa 12% da composição proporcional do ovo, sendo o envoltório externo composto basicamente de várias capas de cristais de carbonato de cálcio, dispostos na forma de mamilos, dando a característica de porosidade aos ovos e funcionando como pulmão para o desenvolvimento do embrião, em ovos embrionados. A casca requer um tempo aproximado de 20 horas para sua completa formação
A clara, também chamada de albúmen, participa com 56% da composição total do ovo. È constituída por mais de 13 proteínas de alto valor biológico, sendo que as principais são a ovoalbumina e a ovotransferina, que representam 66% de todas as proteínas da clara, a qual gasta cerca de 4horas para se formar.
A gema representa 32% da composição proporcional do ovo e contém a maior fração de nutrientes essenciais como vitaminas, proteínas de alto valor biológico (97,3%), fosfolipídios, ácidos graxos essenciais e minerais. É constituída por várias camadas que se formam durante os últimos 10 a 12 dias que antecedem a postura do ovo.
-Constituintes do ovo inteiro, da clara e da gemas expressos em porcentagem:
Componentes
Ovo inteiro (%)
Gema (%)
Clara (%)
Água
73
50,93
85,61
Proteínas
12.5
16,06
12,7
Lipídeos
12,0
31,7
0,25
Carboidratos
0,5
13
1,0
Cálcio
0,06
0,13
0,01
Ferro
0,003
0,086
0,0001
Magnésio
0,05
0,13
0,01
Fósforo
0,22
0,59
0,1
Potássio
0,14
0,11
0,16
Sódio
0,13
0,07
0,16
Colesterol
0,45
97
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Outra questão muito importante a ser falada é que a clara do ovo é constituída por todos os oito aminoácidos essenciais, sendo esses: isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, triptofano, treonina e valina.
Ovo cozido:
Muita gente se pergunta a razão do ovo ficar “duro” ao ser cozido. Quando ovo se agita dentro da água fervendo, a casca esconde a reação que ocorre por baixo dela: as proteínas do ovo se coagulam, isto é, suas moléculas ficam muito mais próximas umas das outras. Com essa união, o ovo endurece. “O que provoca isso é o calor”, explica o bioquímico Alfredo Vitale, do Instituto de Tecnologia em Alimentos, em Campinas, São Paulo. Com as verduras e legumes, é diferente. Esses alimentos têm pouca ou nenhuma proteína e as ligações entre as suas moléculas reagem de outra forma ao calor. Elas se tornam mais frouxas e a comida amolece. Além disso, o ar que existe dentro escapa e ele fica flácido, com aquela aparência pouco apetitosa de bexiga murcha.
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